quinta-feira, 2 de setembro de 2010

No que você está pensando agora? ou Coisas do Facebook


Postagem no facebook. Madrugada de quarta para quinta feira. Mês de setembro de 2010. Início do mês, diga-se de passagem. E também o mês do meu aniversário.
Tudo começa a partir de um comentário em um post de um amigo em comum. E começamos a interagir nesse post até que nos adicionamos nas demais redes sociais. Primeiro como de praxe me add no MSN e começamos a trocar link para o orkut.
Fiquei sabendo que ele me viu no domingo em um evento cultural multissexual bairrista, um jeito singelo de denominar uma parada gay de interior.
Coisa mais estranha você ser reconhecido em um evento desse tipo e só ser avisado disso um dia depois. Se me reconheceu porque não veio falar comigo poxa? - pensei.
Cada conversa me abria mais a mente no que diz respeito a conhecer alguem pelo facebook e ser reconhecido numa parada gay pelo mesmo ser sem que isso tirasse o mérito do desejo de ambos.
As madrugadas começaram a ter outros sentidos. As conversas intelectuais, as trocas de experiências, os risos intermináveis, sem necessariamente termos que chafurdar.
Tudo como manda o figurino.
Eu sendo uma icógnita para ele e ele idem.
Elaboramos um plano em conjunto.
Sábado as 21 horas.
Se pudessemos expor as conversas do MSN creio que esse blog passaria por uma classificação indicativa do Ministério da Justiça.
Por enquanto ficamos nos sonhos...nos desejos inconscientes...e o melhor: na fixação mental da melhor forma para colocarmos em prática tudo que foi relatado.
Coisa que uma noite só não resolveria.
Precisaríamos de outro calendário.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

"Perdoa-nos Senhor quando por medo ou comodismo ficamos calados diante da violência, da impunidade... Da morte!"


Tem situações que deixam até o mais cheio de esperança descrente, o mais otimista baixar os olhos sem consolação e perder a vontade de acreditar que o próximo dia será melhor, faz de do cético acreditar que tudo aquilo que ele nunca acreditou realmente jamais existiu e jamais existirá...

Hoje vivenciamos um drama igual ou pior que a ditadura, estamos presos sem grade, somos omissos por opção e vamos acabar brutalmente massacrados pelos grilhões da violência e é triste assumir que parte dessa culpa está em mim, que me acho tão segura na minha prisão particular, que tomo decisões apolíticas, porque, esses assuntos de Brasil é saco... He! Realmente é um saco sim, mas é um saco até essa violência bater em sua porta e você ver seu vizinho, seu amigo, seu irmão ser arrancado do seio da família de forma abrupta sem ter a chance de se despedir dos seus, neste momento nos damos conta quão negligentes fomos, quantas vezes preferimos calar diante de atos terroristas, preferimos nos preocupar com terror na Europa e não lembramos de que um dos lugares onde o terrorismo age livremente e todos aceitam com naturalidade é aqui e está do seu lado e Deus queira que você e nem um de seus familiares sejam a próxima vítima e que volte para casa depois de um dia de trabalho cansado, estressado, mal- humorado, porém volte.
Infelizmente, minha família perdeu um jovem, é, um jovem! Mas um jovem que não era igual a mim ou você, um jovem que lutou para salvar outros jovens, (esses sim jovens iguais a mim e a você), porém esses que lutam que bradam suas idéias e melhoram o mundo por seus atos, que deixam qualquer lugar por onde passam melhor, essas pessoas incomodam, afetam o bolso dos grandes gestores da violência brasileira e são sumariamente exterminados.
Como calar diante da dor de uma família, que cedeu um ente querido ao mundo para disseminar a palavra de Deus, um mensageiro da Boa Nova, um jovem que batalhou na luta contra o narcotráfico (narcotráfico esse que tem feito muitas famílias deixar de serem famílias), que doou mais que seu tempo, mais que suas palavras e seu trabalho, um jovem que ensinou outras pessoas a amar e a perdoar, que ensinou outras tantas a acreditar que podem ser melhores e que por mais traiçoeira que seja a estrada ensinou que devemos acreditar e ter fé que venceremos um jovem que com 31 anos assim como Cristo perdeu a vida por ter salvado muitas vidas.
O motivo deste texto... Ao conversar com minha bisavó, (que, aliás, sempre acrescenta a essa que vos escreve bons motivos para continuar a ter fé e esperança), e ver seus olhos mareados e cheios de saudade e dor, porém repletos de compaixão, me alertou; Nós podemos sentir saudades, ficar irritados com a forma como somos tratados pelas milícias ou polícia e o descaso da justiça, mas não vamos deixar a voz do Pe. Gisley calar e vamos agora propagar seu legado e cuidar dos que ficaram.
Vamos erguer nossa voz, e não nos deixar reprimir, lutar contra a violência, para que outras famílias possam ter a graça de que no próximo encontro de família estejam todos presentes, pais, filhos, filhos dos filhos, netos dos filhos, filhos dos netos...

“CAMPANHA CONTRA O EXTERMÍNIO DE JOVENS”
“CAMPANHA CONTRA O EXTERMÍNIO DE VIDAS”

"Perdoa-nos Senhor, quando por medo ou comodismo ficamos calados diante da violência... Da morte!"


Bruna Clara

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Acaso

Muitas coisas saem do nosso controle diariamente. O imprevisto é parte fundamental na construção de um dia. São papéis em horas erradas. Telefonemas que se aceleram. Pessoas que passam. E os dias se moldam em parte pelo o que nos esforçamos para fazer dar certo e em parte pelo acaso. [ o acaso a se perder, e agora o amanhã... cadê?]
E o acaso nos toma muitas coisas das quais prezamos. Não somos donos da situação. E são nesses momentos que perdemos aquela oportunidade, aquela pessoa, aquele sentimento ou uma ou outra diversão.
E por perdemos tais coisas, às vezes, nos culpamos.
Culpamo-nos porque de repente achamos que éramos grandes, colossais a ponto de talvez evitar que acontecesse a perda. Dizemos que não era o tempo para termos o conforto de que tudo aconteceu como devia.
Mas não aconteceu.
E perdemos.
O acaso, as peripécias do tempo e do espaço... combinam os elementos necessários para unir e desunir coisas. Aceitamos as uniões com tanta facilidade, por que não as desuniões?
A culpa dessas não é de ninguém.
Mas é de sua total responsabilidade a carga de encarar as combinações que aparecem, as que perdemos e as que conseguimos manusear.
Portanto, não nos culpemos por coisas que simplesmente aconteceram e que em alguma hipótese poderiamos ter evitado. No mais, tome ações no presente. Faça a perda ou do ganho, dos desenganos e dos enganos motivo de continuar lutando. Lutemos. Cada dia mais fortes e unidos.

sábado, 27 de junho de 2009

Alone


É descomunal a sensação de ser pego de surpresa, até quinta- feira o mundo tinha uma cara e derrepente, como se sofresse ele também de disformia, olho o mundo e parece-me que ele foi maquiado... Até anteontem ninguém lembrava de saudar o Rei do Pop, talvez os fãs mais fervorosos estavam a contar nos dedos o dia para a grande volta... Mas a grande maioria só lembravam de Michael quando o assunto era pedofilia; só que nem mesmo o mais cético poderia prever a perda e calar-se diante da falta dele... Afinal o que teria de novo para mostrar aquele que foi um prodígio e alçou sobre o mercado fonográfico mundial um novo conceito de fazer, vender e ouvir música? O que nos foi omitido, qual seria a inovação trazida por ele?
Quem esperava pelo grande show, onde o (agora) grande mito estaria vestido em um terno de cristais nos mostraria por que curvar-nos diante dele, com certeza as pessoas que esgotaram com os ingressos em mais ou menos uma hora esperava mais que um show, esperava ver o velho Jackson nos presentear com mais uma brilhante obra e como sempre renovar, nossas melodias, nossas danças e quem sabe nossas vidas, porém, o que fica é mais uma vez a imagem da sociedade hipócrita, que não se cansa em afirmar que todo mundo é louco, até que padeça para transformar esse cara excêntrico (ao ponto de quem sabe forjar a própria morte) em lenda, no homem que teve problemas, mas apesar dos problemas foi o Rei!
Mas sem dúvida foi uma perda sem oportunidade, sem uma segunda chance... Pois sua morte seria bem mais digna se Deus nos desse uma última oportunidade de vê-lo se redimir diante seu público e o mundo, no palco, local onde com certeza ele era perfeito!
Em fim, talvez agora ele não esteja tão só... Pois todos estão pensando nele...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Tenso

A tensão ronda minha vida nas últimas 24 horas. To me sentindo um Jack Bauer. Aquele clima... conflitos...só falta tiroteio mas deixa isso pra la. Ainda não chegou nesse ponto ( e espero q não chegue...)
Conforme o tempo vai passando as cobranças vão aumentando sistematicamente. Estranho isso mas ao mesmo tempo é interessante.
é...bem...porque é interessante?
Então...
Quando você tem alguma coisa que te faz falta. Aquela coisa com a qual você não vive sem. E por algum motivo ou outro você fica privado dela. Já te ocorreu isso?
Segundo estudos matemáticos (feitos por mim), 1/4 de século se foi sem se tornar perceptível.
Os outros saíram de casa. Vontade própria...ou mero negócio. Mas não habitam mais.
Resta um.
Joguinho infantil que te faz queimar um fosfato considerável...isso quando não te arrebenta o "saco".
E por falar em saco, nesse jogo do resta um da vida familiar,me tornei o saco de pancadas. Tudo recai sobre minha pessoa.
O que antes era dividido por três, agora ficou elevado ao cubo.
Estou algébrico hoje, não...
Correndo contra o tempo...nada me ampara mais. Ao menos nada que eu sinta de perto, como a respiração ofegante de um beijo apaixonante.
Preciso refletir. Parar num canto da minha vida em que não há poças enlamaçadas nem ratos procriando.
Onde haja o calor e a brisa refrescante de uma tarde...
É...reconhecer certas coisas não é nada fácil. Ficar parado me faz pensar que a vida não passa disso. Um dorme-acorda incessante e rotineiro.
Seguirei meus passos.
"Eu preciso andar um caminho só vou buscar alguém que eu nem sei quem sou..."

Alguém?

Padu.
(no momento morrendo...)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Aos amantes

Quando eu não era já só, havia uma pergunta que sempre me pairou na cabeça: " Como duas pessoas podem viver juntas estando separadas?" Mas não separadas por motivos maiores, mas em distância, em falta de palavras, em às vezes não ter saco para a outra, em gestos, em ausência passageira.

Ah, essa ausência passageira sempre me incomodou. Eu não sabia reconhecer que era passageira e me desesperava, descabelava, olhava para os lados buscando alívio imediato... a eterna busca do não sofrimento...Mas foi tudo em vão.As pessoas vivem juntas até na separação por essas pequenas coisas porque são encantadas. E o encanto não acaba noite para o dia, semana até a outra, de uma vida para outra... o encanto só acaba por meio das ações loucas e desesperadas, por meio da falta de olhos, olhar, pensar, olhar com os olhos da alma acima de tudo a situação.

Que nesse dia dos namorados, todos os amantes saibam disso. Que sejam menos imediatistas, menos egoístas, menos afobados: olhem para o seu amor, ele é o melhor que você pode encontrar,viu? É o melhor porque é seu.


Sejamos felizes.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Chuvas de Verão

Como passava da hora, Vinícius Lamartine Vieira retornou à casa onde morava o mais rápido que pôde. Sendo assim, não teve tempo de olhar ao lado: a casa de número 23. No muro, apoiava-se aos domingos para olhar a psicina do vizinho que, além de ser um bolo para os domingos quentes e rachantes de Goiânia, vinha com recheio e cerejinha: Larissa de biquine.

Vinícius morava na 24 há doze anos e há doze anos brincara com Larissa durante um dia inteiro, o único na vida dessas flores mortas sem brilho, o suficiente para fazê-lo em seus poucos 14 anos apaixonar pelos cabelos louros e a cor branca alvíssima, quadril farto e corpo bem definido.

Parecia um moleque ao trepar no muro para espiar. Larissa quase nunca via e quase sempre estava acompanhada de seu namorado Rogério. Rogério rugiria se soubesse que Vinícius cortejava ao longe e fantasiava mais longe ainda a vida com Larissa. Vinícius imaginava muito mais do que qualquer dia junto de Larissa: imaginava estar dentro, desabrochar-se dentro dela, abrindo os botões negros, fechando os pulmões de ligeiro pra que carbônico não entrasse, não podia penetrar ar da atmosfera desse mundo, cuidaria então de limpar o rosto e de fazer cocégas no pé de Larissa... tirando-lhe as cépalas, o estame, androceu, gineceu e todo e qualquer gameta ou folha modificada que poderia ter.

Mas isso era muito sonho para uma realidade tão curta. E de tão curta, destino pior não teve: fora descoberto por Rogério, o qual, naturalmente, rugiu que todo o mundo, o mundo inteirinho, ouviu seu rugido feroz... era como se o Japão tivesse sido fragmentado por conta do rugido de Rogério há bilhões de anos, tão forte era e qual hálito tinha.

Não vendo outra opção, senão a de encarar o jovem leão, Vinícius bradou com forte braço e docente peito disse:

" Vejo moinhos e não dragões!"

Mas a citação falha, de quem apenas soube que Dom Quixote era de fato louco e perdeu o seu amor para sempre por ser louco ou fingia, sucitou na ira do leão que destroçou Vinícius. Coitado, passou 24 dias no hospital e só voltou pra casa no dia 13 de maio de 2009.

Nem viu o número 23 ao voltar pra casa. E antes de adentrar o portão ainda pensou em pensar no número, mas o que vinha a sua mente era, de fato, a surra recebida mês antes. Ignorou. Vinícius entrou em casa. Subiu o muro. Viu a psicina e encontrou Larissa chorando. A dama, ao perceber a presença do teimoso, vestiu sua nudez e exclamou:

" Quantos anos, Vinícius? Tive eu que olhar na sua direção para que quisesse um dia se importar comigo!"

Atônito e atarantado, Vinícius questionou:

" Fora você? Você quem deixara Rogério me humilhar, quebrar-me os ossos, bater-me a cara?"
" Sim, e agora que sabes? Que faras?"

Poderia ter feito o que quisesse, mas não fez. Preferiu se apoderar de sua solidão.